quinta-feira, 9 de setembro de 2010

360


já não escrevo há tanto tempo. não vou mentir: não senti a falta. mas hoje, bom, não sei, estou numa de escrever (mais uma daquelas situações de acumulação que me fazem redigir aqui).
tanto que mudou, até eu me surpreendo. o mais impressionante é que, no fundo, pressinto que haverão mais coisas que irão mudar e nem estou muito importado com isso. porque, bom.. talvez aconteça mais rápido do que o que penso e eu nem tenha assim muita margem de manobra para me aperceber bem. mas eu estou disposto a tudo, porque eu queria esta mudança e finalmente ela chegou. agora tenho que lidar com ela e se não souber volta tudo atrás e isso era péssimo.
está à porta mais um ano lectivo. não tenho opinião formada sobre esta questão, mas o que tem que ser, tem muita força e neste campo, bom, não há muito por onde fugir. a ver vamos..
quanto a tudo o resto, foi um grande verão. grandes memórias me ficam gravadas na mente, grandes pessoas, grandes momentos, grande tudo. mas agora vem a parte pior, em que pessoas se separam e a distância vai 'estrangulando' aos poucos as amizades, os namoros, ao fim e ao cabo, um pouco de tudo. felizmente, o garrote que torna as coisas mais adversas acaba por nunca durar muito tempo e as coisas recuam (quase) sempre ao seu estado regular. no entanto, esta variação cria, inevitavelmente, um certo impacto nas pessoas que, ao que parece, estão cada vez mais a apostar numa repressão de sentimentos, defendendo-se assim de certas mágoas e/ou desilusões. e isto aplica-se a todos os campos: profissional, emocional, tudo. não recrimino isso, até compreendo, mas com isso as pessoas (ainda para mais com estas novas tecnologias) estão afastadas, desligadas umas das outras. que é feito das cartas de amor? que é feito das paixões ardentes de um beijo por semana às escondidas dos pais? (por exemplo) estão-se a perder coisas boas. não tou a exigir que voltemos atrás no tempo, estou meramente a sugerir que tomemos consciência de tudo aquilo que vamos deitando a perder. e só nos apercebemos do que era bom, quando o perdemos. algo que estamos progressivamente perdendo, é o contacto. e eu acho o contacto importante. mandar uma sms ou um e-mail a dar os parabéns, por exemplo, não é, de todo, tão satisfatório quanto ir tomar um café, um copo e falar. pode até ser das condições atmosféricas, mas fala-se. devido a isso, o vocabulário está-se a reduzir: 'tá-se', 'tá tudo?', 'ya' são apenas exemplos..
aposto fortemente num contacto pessoal e creio que dialogar é a melhor forma de aprendizagem, de tal ordem que nem nos apercebemos disso. uma simples discussão, suponhamos, pode enriquecer os intervenientes sobre os mais variados temas. mas isso não é relevante agora.
mas que grande merda, de tanto não escrever, creio que estou simplesmente a pressionar teclas aleatoriamente e está a dar esta bosta de 'salada' de literatura. paciência. sou livre e estes devaneios ninguém mos rouba, estão na minha mente e, em parte, são o combustível que impulsiona todo o meu ser. é impressionante a quantidade de pensamentos, de situações, de pessoas que me ocorrem quando escrevo. acho que é uma forma de interagir com tudo isso sem interagir com nada, apenas com a mente. e isso distingue as pessoas umas das outras porque umas lidam genialmente bem com a mente, outros lidam de uma forma tresloucada e, claro, nem tanto nem tão pouco. o sucesso existe para medir a distância entre a loucura e a genialidade e há muita gente que se perde no comprimento da questão.
até parece mentira estarmos quase (como quem diz) em mais uma passagem de ano. ano após ano sinto-me (obviamente) mais velho mas, paralelamente, sinto que isso faz de mim uma pessoa mais completa e mais rica. eu gosto disso.

"Nós não sorrimos porque somos felizes, nós somos felizes porque sorrimos."

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